Documentos orientadores e enquadramento
Perfil do Aluno à Saída Escolaridade Obrigatória
“Pretende-se que o jovem, à saída da escolaridade obrigatória, seja um cidadão: munido de múltiplas literacias que lhe permitam analisar e questionar criticamente a realidade, avaliar e selecionar a informação, formular hipóteses e tomar decisões fundamentadas no seu dia a dia; livre, autónomo, responsável e consciente de si próprio e do mundo que o rodeia; (…) capaz de pensar crítica e autonomamente, criativo, com competência de trabalho colaborativo e com capacidade de comunicação; (…)”
“Todas as crianças e jovens devem ser encorajadas, nas atividades escolares, a desenvolver e a pôr em prática os valores porque se deve pautar a cultura da escola (…).
Liberdade – Manifestar a autonomia pessoal centrada nos direitos humanos, na democracia, ana cidadania, na equidade, no respeito mútuo, na livre escolha e no bem comum.”
OCEPE (Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar)
“O desenvolvimento e aprendizagem da criança ocorrem num contexto de interação social, em que a criança desempenha um papel dinâmico. Desde o nascimento, as crianças são detentoras de um enorme potencial de energia, de uma curiosidade natural para compreender e dar sentido ao mundo que as rodeia, sendo competentes nas relações e interações com os outros e abertas ao que é novo e diferente.”
“O reconhecimento da capacidade da criança para construir o seu desenvolvimento e aprendizagem supõe encará-la como sujeito e agente do processo educativo, o que significa partir das suas experiências e valorizar os seus saberes e competências únicas, de modo a que possa desenvolver todas as suas potencialidades.”
“A criança é detentora de uma curiosidade natural para compreender e dar sentido ao mundo que a rodeia, sendo competente nas relações e interações que estabelece. Tem direito a ser escutada e as suas opiniões devem ser tidas em conta.”
Decreto-lei n.o 55/2018 de 06 de julho
“(…) é necessário desenvolver nos alunos competências que lhes permitam questionar os saberes estabelecidos, integrar conhecimentos emergentes, comunicar eficientemente e resolver problemas complexos.”
“Esta ideia pareceu-me incrível! Corri até lá na minha bicicleta e descobri que tudo aquilo era verdade. Encontrei mulheres empenhadas em recolher e lavar pedaços de tijolos.”
No mundo que se apresenta cada vez mais global, mas simultaneamente mais individual e egoísta, cresce em nós a necessidade de contrariar a tendência e estabelecer pontes com o outro a partir da reflexão sobre nós mesmos. Assim sendo, considerando as premissas supracitadas chegamos à conclusão que precisamos de crianças pensantes, que construam processos, que questionem, que cresçam com ferramentas que lhes permitam ser adultos curiosos e responsáveis pelo seu presente e futuro.
Como diz Loris Malaguzzi, “A nossa imagem das crianças não as considera mais como isoladas e egocêntricas, não as vê unicamente como envolvidas na ação com objetos, não enfatiza apenas aspetos cognitivos, não menospreza sentimentos ou o que não seja lógico… Ao contrário, a nossa imagem da criança é rica em potencial, força, poder, competência, e, acima de tudo, conectada com adultos e crianças.”
Podemos ainda citar Carlos Neto, “É necessário que as crianças deparem também com a incerteza, porque elas podem aprender pela tentativa e erro. As crianças estão preparadas para resolver os seus problemas e ultrapassá-los, através das suas capacidades de adaptação motora, emocional, cognitiva e social.” (p.220)
Portanto é necessário que aprendam fazendo, que lhes sejam colocados problemas e desafios e que percebam que da dificuldade saem os maiores sucessos. No fundo, almejamos criar atores, não espectadores; produtores não consumidores; emissores e não apenas recetores.
Retomando Carlos Neto, “Libertem as crianças de uma conceção de escola limitadora da expressão e comunicação, para o livre pensamento, a capacidade crítica, a resolução de problemas, o trabalho de grupo, a autonomia e a participação; dos medos e superproteção dos corpos em movimento em situações de suposto risco; (…) e da falta de tempo livre para brincarem e serem ativas, algo que as vincula à sua ancestralidade.”
A abordagem pedagógica do Colégio, inspirada em Reggio Emilia, constitui-se como um espaço de liberdade de expressão e individualidade, partindo da criatividade da criança, usando a Arte, para construir conhecimento.
Citando novamente o mentor da pedagogia Reggio Emilia, Loris Malaguzzi: “Não obstante não termos chegado perto que alcançar esses ideais impossíveis, ainda assim o atelier sempre nos compensou. Tem provado, como desejado, ser subversivo – gerando complexidade e novas formas de pensamento. Sempre alcançou combinações e possibilidades criativas entre as diferentes (simbólicas) linguagens das crianças” (p.59)
Aliás, a criatividade e imaginação são pilares que as crianças podem compartilhar, a par dos seus conhecimentos e saberes usando múltiplas linguagens, sem se esgotarem. Estas evidenciam-se através das diversas formas de arte que somadas formam o projeto final. O registo diário de ideias é fundamental no processo, daí que anotar, fotografar, filmar e gravar sejam fundamentais.
Referências Bibliográficas
Neto, C. (2020). Libertem as crianças– A urgência de brincar e ser ativo. Contraponto Editores.
Decreto-Lei no 55/2018 de 6 de julho, Diário da República n.o 129/2018, Série I de 2018-07-06 4
Malaguzzi, L. (1990). As Cem Linguagens das Crianças. Porto Alegre.
Perfil dos alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, p. 15 e 17. Recuperado em 20 dezembro, 2018, de https://dge.mec.pt/sites/default/files/Curriculo/Projeto_Autonomia_e_Flexibilidade/perfil_dos_alunos.pdf
Silva, I. L., Marques, L., Mata, L., & Rosa, M. (2016). Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar. Ministério da Educação/Direção- Geral da Educação (DGE).